Belém do Pará, porta de entrada da maior floresta tropical do mundo, foi escolhida como sede da 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá em novembro de 2025. A decisão da ONU vai além da geopolítica ambiental: é um gesto simbólico e estratégico que coloca a Amazônia — e, por consequência, o Brasil — no centro da agenda climática global.
A COP30 marcará o décimo aniversário do Acordo de Paris, estabelecendo uma nova etapa crítica na consolidação dos compromissos internacionais de redução de emissões. Até agora, apenas 13 dos 195 países signatários submeteram novos planos climáticos (NDCs). Abril de 2025 foi o segundo abril mais quente no registro de 176 anos da NOAA, confirmando uma tendência de aquecimento consistente, que preocupa cientistas e autoridades climáticas. A realização da conferência no coração da floresta amazônica impõe urgência e legitimidade ao debate.
A escolha de Belém como sede da COP30 reflete uma demanda global por ações climáticas efetivas e pelo reconhecimento dos biomas tropicais como peças-chave na regulação do clima do planeta. A Amazônia assume um papel de protagonismo que ultraa a dimensão regional, consolidando-se como um dos pilares da segurança climática global. Reconhecer esse papel é entender que o futuro climático do planeta depende diretamente da preservação da floresta em pé.
Além da relevância ambiental, a COP30 representa uma oportunidade histórica de protagonismo para o Brasil. O país pode demonstrar avanços no combate ao desmatamento, na transição energética e na construção de uma economia regenerativa.
Uma das frentes de destaque será o combate à desinformação climática, com o Brasil liderando, em parceria com a UNESCO, uma iniciativa global para reforçar a integridade científica e a comunicação baseada em evidências.
“A COP30 dá ênfase também na forma como comunicamos a crise climática. A informação de qualidade, embasada em ciência e proveniente de fontes seguras, é um dos ativos mais estratégicos da atualidade. Sem isso, não há como mobilizar políticas públicas eficientes e nem engajar a sociedade de forma ética. O combate à desinformação climática é urgente. A Climatempo entende seu papel nesse cenário: traduzir dados em conhecimento ível, confiável e impulsionado por inovação tecnológica, para apoiar decisões conscientes e comunicação responsável.” — Patricia Madeira, CEO da Climatempo.
A COP30 deverá estabelecer um novo padrão para as conferências do clima — não apenas pelo cenário simbólico da Amazônia, mas pela mobilização internacional que se articula em torno dela. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, já convocou um “mutirão global” pela aceleração das ações climáticas, convidando países, empresas e sociedade civil a protagonizarem soluções.
Com Belém como epicentro, a COP30 ressignifica o mapa da diplomacia climática. A floresta, antes vista como distante das grandes decisões, agora se torna o espaço onde o mundo se reencontra para redefinir seu futuro.
